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Nina, um depoimento

“Pouco importa que dirijam o olhar para você, se estiver decidido a ser bom, generoso, altruísta e compassivo. Consciente de estar fazendo o melhor, nenhum fracasso poderá perturbar a sua serenidade interior e você não precisará estar constantemente reconsiderando seus objetivos. A consciência limpa serve de travesseiro macio”. Dalai Lama

Já fui fumante, onívora e bem menos consciente da minha responsabilidade de ser humano do que sou hoje. Precisei encontrar o caminho do coração, independentemente do padrão da sociedade.

Com Cleo e Chica, duas cadelas com quem tive a alegria de conviver, aprendi sobre o amor e sobre o meu vínculo (indesatável) com os animais. Nesse vínculo estão incluídos desde o menor inseto até o maior paquiderme. Depois Chica tocou meu coração com tanto amor, que o despertou para a compaixão e inspirou meu trabalho de ativista pelos direitos dos animais.

Após alguns anos de auto-observação, auto-conhecimento, estudos sobre alimentação, trabalhos voluntários e involuntários como “protetora” da natureza e dos animais, praticante do vegetarianismo e do consumo consciente -com natural aversão pelo desperdício – veio à luz o INSTITUTO NINA ROSA – Projetos por amor à Vida.

O processo continua, porém agora organizado e com apoio de seres afins. Propósito: desenvolver a compaixão, o sentido de justiça e o respeito para com a natureza e todas as criaturas viventes através da informação, da educação e do exemplo. O Instituto nasceu por um sentimento de amor à vida e a vontade de compartilhar que a vida está presente em tudo o que nos cerca. Qualquer objeto ou utensílio no seu processo de idealização, criação, execução, comercialização, função, carrega um tanto da energia de cada etapa e pessoa. que participou. Nos alimentos, a todo o processo da natureza, ainda soma-se o da alquimia que criamos para nutrição e paladar. Com as plantas sentimos mais facilmente a vida e nossa responsabilidade, pois sem água elas não sobrevivem, são suscetíveis às energias do entorno – as pesadas podem adoecê-las e matá-las; a atenção, palavras e gestos afetuosos podem vitalizá-las. O que dizer, então, dos bichos? Além da sensibilidade e da dependência pela atenção, hidratação, alimentação, cuidados com a saúde e afeto, são seres sencientes que demonstram claramente sentir dor, alegria, medo, agressividade, amor, fidelidade, sentimentos que aflorarão de acordo com o manejo e o exemplo.

Muito mais do que isso, os animais são seres puros e naturalmente curadores;com eles podemos aprender sobre o amor incondicional. Eles não têm preconceitos, inspiram ternura e promovem alegria. Abusar, enganar, caçar, torturar, negligenciar, abandonar, maltratar física ou psicologicamente um animal – que desconhece a maldade – é como fazer isso com Deus. Temos uma imensa dívida para com os animais. Temos agido de forma preconceituosa, onipotente e indigna, torturando-os direta ou indiretamente para tê-los em nosso prato, na indústria da “diversão” (rodeios, circos, touradas, farras do boi, rinhas …), em testes cruéis e desnecessários, no tráfico, entre outros. Após participarmos de tudo isso, ainda temos a ilusão de que a violência está fora de nós, que somos apenas vítimas da situação atual Se queremos paz, a hora é de mudança de valores, de ampliar nossos conhecimentos, sentimentos, consciências e tornarmo-nos responsáveis pelos nossos atos e pela vida em nossa Terra. E o que significa isso? Significa pessoas comuns como você , como eu, agirem. Se estamos insatisfeitos com o desenrolar da vida no planeta, podemos mudar e melhorar. Cada um de nós pode utilizar seu poder de escolha para fortalecer o que considera positivo.

Em todos os setores existem grupos trabalhando assim. Claro está, que a iniciativa privada tem papel fundamental nesse processo. Hoje, alguns anos após o nascimento do Instituto Nina Rosa, o caminho se confirma, os processos pessoais continuam, vou aprendendo mais sobre como respeitar a vida, e que isso é contagioso. Desejo a você intuição, amor e coragem em seu caminho pessoal. Conte com minha solidariedade. com a veadinha nina rosa no santuário Rancho dos Gnomos chimpanzé billy jo (Nascida em 1968, viveu 14anos em laboratórios de pesquisa. Está no santuário Fauna Foundation no Canadá. Foi adotada por nina em julho/2005)

Este é o Zoio, que recebeu este nome porque quando foi encontrado pela Nina vagando numa estrada paulista quase só tinha olhos. Nas fotos o estado dele antes e adotado pela Nina, depois de 3 meses de muito amor e bons-tratos.

AMO TAMBÉM AS ÁRVORES  Esse amor me acompanha, nutre e inspira em devoção. Essas benfeitoras da humanidade oferecem abrigo, sombra, flores, frutos, beleza, e ainda transmutam energias. Acolhem, ouvem, e inspiram quem delas se aproximar com o coração aberto. Recomendo a todos que olhem – não só para os troncos – como é comum nos grandes centros, mas acima, para suas faces, lindas, gratificantes, que lá estão firmes, apesar de tudo e de todos… fazendo a sua parte. Se você tem o privilégio de ter alguma dessas companheiras perto de sua casa, experimente fazer contato, mesmo que só visual no início, ofereça água nos dias secos, limpe suas raízes do lixo e do cimento, permita-se desfrutar de toda a sabedoria que dela emana, seja mais feliz.

Nina Rosa Jacob Primavera de 2007