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As Búfalas de Brotas têm um final feliz

Búfalas de Brotas ainda na fazenda onde eram exploradas
(Foto: Fabio Rodrigues / g1)

Novembro de 2021. Cerca de mil búfalos e mais de 50 cavalos são encontrados pela Polícia Ambiental, após denúncias, em situação de maus-tratos (sem comida e sem água, muitos já mortos) na Fazenda Água Sumida, em Brotas (SP).

Os animais foram abandonados pelo proprietário da fazenda, o pecuarista Luís Augusto Pinheiro de Souza, que transformou os pastos em plantação de soja, abandonando os animais à própria sorte. Pelo crime de maus-tratos (saiba aqui como denunciar), ele ficou preso por alguns meses, mas foi colocado em liberdade provisória.

Desde o começo da história, ONGs da causa animal disputaram a tutela dos bichos. A ONG ARA — Amor e Respeito Animal (Instagram | Facebook) cuidou deles até outubro de 2023, quando foi destituída do encargo de depositária. Os irmãos do pecuarista chegaram a ser nomeados depositários e administradores do rebanho, mas felizmente a Justiça passou essa responsabilidade para os santuários Vale da Rainha e Rancho dos Gnomos.

Segundo a decisão judicial, as entidades poderiam continuar com os cuidados na fazenda de Brotas pelo prazo de 90 dias, quando deveriam retirar do local todos os animais — búfalos e cavalos. Ao longo desse tempo, eles foram sendo retirados, tendo sido levado o último grupo há dois dias (12 de fevereiro de 2024). Agora todos eles têm um novo lar, distribuídos entre os dois santuários, onde estão vivendo uma nova vida, em liberdade, como todo animal deve viver.

Importante lembrar que o próprio nome que marcou essa história, “Búfalas de Brotas”, remete ao fato de que eram majoritariamente fêmeas. Naquela fazenda, elas eram exploradas na indústria do leite para produção da muçarela de búfala. Esse foi mais um dos tantos exemplos que precisam ser mostrados às pessoas que ainda se alimentam não só de carnes, mas também de secreções animais (leite, ovos, mel). Todas essas produções envolvem violência, dor, sofrimento e morte lenta de seres inocentes e tão sencientes quanto nós, os autoproclamados animais racionais. Tire a violência do seu prato. No caso de laticínios, opte por suas versões vegetais, que podem inclusive ser facilmente feitas em casa (veja: receitas de leites vegetais / receitas de queijos vegetais).

As Búfalas de Brotas foram um raro caso de final feliz na exploração animal na pecuária. Foram centenas de animais que, afinal, receberam da justiça dos homens o direito de serem livres e terem uma vida digna. Aproveitamos para relembrar mais uma vez o caso do Boi Elias, um único animal que não recebeu a mesma compaixão judicial. Em junho de 2018, ele estava sendo transportado como “carga viva”, quando caiu no mar, nadou cerca de 10 km por mais de cinco horas até chegar numa praia e, ainda assim, a despeito de sua luta pela vida e de protestos dos ativistas para terem sua tutela, foi reembarcado rumo à morte.

Mas, seja qual for o desfecho de uma ação pelos animais, todas essas mobilizações mostram a importância da união entre ativistas, ONGs e quaisquer pessoas que respeitem as diversas formas de vida.

Vídeo publicado no Instagram do Rancho dos Gnomos, em parceria com a Casa do Consolador

E por falar em união de forças, destacamos agora um tipo de ajuda: doação a santuários que cuidam de animais resgatados de maus-tratos e crueldade. E as Búfalas de Brotas são parte disso e você pode contribuir para seus bons-tratos em sua nova vida. A seguir, os meios de doação (clique nos respectivos links).

Vale da Rainha

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Rancho dos Gnomos

Doações únicas (PIX, transferência bancária, PayPal, PagSeguro)

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1 comentário em “As Búfalas de Brotas têm um final feliz”

  1. Pingback: União Africana proíbe o comércio de pele de jumento: um primeiro passo por esses animais - Instituto Nina Rosa

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