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Costa Rica fecha seus zoológicos e defende a conservação das espécies em seu habitat

Ativistas ambientais consideram um feito histórico o fechamento dos zoológicos que existiam na Costa Rica
Costa Rica será o primeiro país do mundo a fechar seus zoológicos (Foto: Artículo 66)

A Costa Rica fechou oficialmente em 11 de maio seus dois zoológicos estaduais e transferiu os animais para um centro de resgate, com o objetivo de defender a conservação das espécies selvagens em seu habitat natural, longe do confinamento e do exibicionismo.

O vice-ministro de Gestão Estratégica do Ministério do Meio Ambiente e Energia, Carlos Isaac Pérez, disse:

“Estamos cumprindo as regulamentações nacionais e acordos internacionais. A decisão foi tomada há dois anos de fechar os zoológicos estaduais e levar os animais para onde eles estão melhores e onde podem viver melhor. Estamos muito preocupados em tornar a conservação uma realidade.”

No dia 11, funcionários do Ministério do Meio Ambiente e Energia (MINAE) capturaram a maior parte dos quase 250 animais que viviam no zoológico Simón Bolívar, em San José.

Em seguida, realizaram um exame preliminar de seu estado e os transferiram para o Centro de Resgate de Vida Selvagem Tropical, localizado na província de Alajuela, onde serão submetidos a quarentena e examinados minuciosamente.

Macacos, onça-pintada, jaguatirica, diversas espécies de pássaros, sapos, tartarugas, crocodilos, jacarés, preguiças, tubarão-martelo, cobras e outras espécies que viviam no zoológico serão realocados para centros de resgate.

Isso porque a maioria, por ter vivido muito tempo em cativeiro, não consegue retornar ao seu habitat.

Além do zoológico Simón Bolívar, que funciona há 104 anos na capital costarriquenha, o Centro de Conservação de Santa Ana, nos arredores de San José, foi fechado no mesmo dia.

Sem prorrogação

O MINAE, que é o proprietário do terreno, decidiu não prorrogar a administração dos zoológicos à fundação Fundazoo.

Pelo contrário, cancelou a atividade desses locais, que serão convertidos em parques urbanos, jardins botânicos ou bosques.

O vice-ministro Pérez declarou:

“Foi um esforço monumental de dois anos para tornar o encerramento uma realidade. Cumprimos um pedido da sociedade costarriquenha, que vem sendo feito há muitos anos. Nos sentimos felizes e orgulhosos como costarriquenhos por chegar ao momento em que libertamos os animais e fechamos esses locais, que pretendemos converter em outro tipo de zona de proteção e conservação.”

Mais de 100 profissionais de gestão da vida selvagem, biólogos, veterinários e funcionários do MINAE participaram na operação de 11 de maio.

Do lado de fora do zoológico Simón Bolívar, um grupo de ativistas dos direitos dos animais esteve presente para comemorar o fechamento do local com faixas e música.

“Esse é um ato histórico. A Costa Rica se torna o primeiro país do mundo sem zoológicos estatais, é incrível, uma verdadeira celebração em que coloca a vida selvagem em liberdade”, disse o diretor da Associação para o Bem-Estar e Proteção dos Animais, Juan Carlos Peralta.

O ativista disse que foram 30 anos de luta para chegar a este momento e destacou que os animais que saíram dos jardins zoológicos serão colocados em santuários de vida selvagem onde poderão viver em condições semelhantes às de seu habitat natural e não em recintos de cimento como nos zoológicos.

O MINAE afirmou estar empenhado em fiscalizar os locais privados de gestão animal que atualmente existem e que funcionam com as respectivas licenças, para promover que a vida selvagem em cativeiro contribua verdadeiramente para a conservação das espécies e promova a compreensão dos processos ecológicos na cidadania.

Na Costa Rica, um país reconhecido internacionalmente por suas políticas ambientais, o tráfico, comércio e posse de vida selvagem em cativeiro é ilegal e acarreta penas que podem ir até três anos de prisão.

Fonte: Agencia Guatemalteca de Noticias (tradução de Alice Wehrle Gomide para o Olhar Animal)

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